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Cocô ácido e assaduras

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Essa semana, comentei no Snapchat do Macetes de Mãe (macetesdemae) que o Caê estava com uma assadura bem chatinha e que isso tinha acontecido porque ele estava com o cocô ácido. E não porque eu fosse uma mãe desleixada que deixasse o bebê sujo-imundo-sem-trocar-a-fralda-por-horas. Pois bem, foi eu falar em assadura + cocô ácido para várias mães me mandarem mensagens com as mais variadas dúvidas sobre o assunto: o que é cocô ácido? por que ele está com o cocô ácido? o que fazer com o cocô ácido? cocô ácido mata? (kkk! brincadeirinha!).

Mas enfim, como todo mundo queria saber, cá estou eu para responder. Claro que responder levando em conta a limitação do meu conhecimento sobre o assunto, o meu conhecimento muito mais empírico que científico, mas, de um jeito ou de outro, dando alguns esclarecimentos.

coco acido e assadura
Photo Credit: donnierayjones via Compfight cc

Então, vamos lá:

Como saber se o cocô está ácido?

Normalmente, ele está mais líquido e com odor mais forte que o habitual. Além disso, ele causa assaduras rapidamente. Ou seja, você não deixa o bebê sujo de cocô por muito tempo (basta poucos minutos) e, mesmo assim, ele desenvolve uma assadura forte.

O que pode deixar o cocô ácido?

Alergias alimentares. Incluindo APLV, que o Leo teve e causou muita assadura nele.

Intolerância alimentar. Como intolerância à lactose, que é diferente de alergia alimentar (confira aqui as diferenças).

Alimentação. A ingestão de alguns tipos de alimentos pode deixar o cocô dos bebês mais ácido, entre eles estão: tomate, beterraba, batata, laranja, limão e morango.

Nascimento dos dentes. Acho que aqui vale a pena uma explicação mais completinha, pois muito se fala na tríade “nascimento dos dentes – cocô ácido – assaduras”, mas nunca se explica por que isso acontece (e também porque esse é o motivo do cocô ácido por aqui). Para esclarecer essa questão, fui atrás de um post que li há bastante tempo, lá no blog Cientista que Virou Mãe, da Ligia Moreira Sena. Ligia, entre outras coisas, é Bióloga e professora de Fisiologia, e como boa cientista não aceita que algo é assim porque é e pronto, então formulou uma hipótese para ligação entre cocô ácido e assaduras. Para ela “Quando os dentinhos da criança estão nascendo, isso não é um evento isolado. Outras mudanças no organismo dela acontecem. Qual a função dos dentes? É atacar os predadores mas, principalmente, ser uma ferramenta para alimentação, ainda mais no caso da espécie humana. “Oi corpo! Estou ficando pronta para comer de tudo! Logo mais, passarei dos alimentos simples aos mais complexos, tá?“. Se é assim, é provável que o nascimento dos dentes acompanhe uma mudança bem significativa no trato gastrointestinal, no sistema digestório. Para se preparar para receber alimentos mais complexos, situação simbolizada pelo nascimento dos dentes, o estômago começa a produzir mais suco gástrico, que contém, além das enzimas que quebram as proteínas, ácido gástrico, o ácido clorídrico. Esse ácido não corrói a parede interna do estômago porque ele produz, também, muco, que protege contra o ataque químico. Num organismo mais preparado, quando o alimento misturado com o ácido passa para o intestino, os demais órgãos do aparelho digestório – pâncreas, fígado, vesícula – vão liberando seus sucos, que neutralizam a acidez. Mas como no bebê tudo está em desenvolvimento, pode ser que essa neutralização não seja tão eficiente quanto deveria. E aí o que sai do estômago, passa pelo intestino e vai ser eliminado como fezes, acaba indo mais ácido também. Nessa fase, para não ter suas paredes atacadas, o intestino também começa a produzir mais muco, que continua a produzir durante toda a vida.”

Bom, aqui em casa, como falei, a hipótese que está vencendo a corrida para descobrirmos a causa da assadura do Caê é o tal nascimento de novos dentinhos. Isso porque, claramente, a causa do cocô ácido não é a ingestão de nenhum daqueles alimentos que costumam causar essa alteração nas vezes. E também não é devido a nenhuma alergia ou intolerância alimentar (Caê não tem nenhum desses dois problemas com os alimentos que já experimento e também não ingeriu nada novo que pudesse estar causando uma alergia ou intolerância).

E, por outro lado, como Caê está sim com alguns dentinhos nascendo, a hipótese do nascimento dos dentes parecer sim ser a causa mais certa para o problema do cocô ácido e da assadura. (Adendo: uma leitora me escreveu perguntando se, por acaso, algum dente molar estava nascendo no Caê. Respondi que sim. Aí ela comentou que a filha dela nunca teve assadura com nascimento dos dentes, só quando chegaram os molares. Igualzinha aqui, gente! Criança é um mistério muitas vezes, né!)

Mas e aí, o que fazer para tratar essa bendita assadura causada pelo cocô ácido?

A assadura causada pelo cocô ácido aparece mais rapidamente (poucos minutos de contato da pele com as vezes) e é também mais severa (chega a dar fissuras, Caê não teve, mas Leo tinha direto, por mais que eu cuidasse. Era um horror!), então, alguns cuidados especiais tem que ser tomados.

  • Se possível, o ideal é que a criança seja deixada sem fralda.
  • No caso de se usar fralda (que é, claro, o mais comum), ela tem que ser trocada frequentemente, mesmo que tenha só um pouco de xixi (o ácido do xixi piora a assadura).
  • Para a limpeza, o ideal é usar água corrente e secar com secador (com o ar frio ou, no máximo, morno, para evitar machucar ainda mais a pele do bebê).
  • Não se deve usar lenços umedecidos que podem irritar ainda mais a assadura.
  • Deve-se aplicar pomadas de tratamento (as que contém óxido de zinco são muito boas) ou uma combinação de pomada de tratamento + amido de milho por cima, cuja combinação parece dar bastante resultado (já que a pomada trata e o amido de milho absorve a umidade. Dicas das leitoras!).

E, atenção: É sempre muito importante evitar assaduras nos pequenos. Primeiro, porque elas são incômodas, parecem que “queimam”, e interferem até no sono e na alimentação e, depois, porque se a assadura não for tratada ela pode virar um problema mais sério, como uma micose (ex: candidíase) ou uma infeção bacteriana.

E confira também, nesse vídeo, meu relato sobre o nascimento dos dentes dos meninos (como foram as coisas por aqui).

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