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Fases de pico de crescimento e salto de desenvolvimento

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Se tem uma pessoa que rezou, torceu, fez promessa e quase macumba pelo término do primeiro trimestre de vida do filho essa pessoa fui eu. Jesus do céu! Eu quase fiquei doida nesse período. O Léo sofreu de cólicas intensas (fruto da APLV dele, já relatada aqui), acordava todo santo dia às 5h da manhã (e não dormia mais) e voltava a entrar em surto por volta das 18h. Esse é um período que não gosto nem de lembrar e por isso eu quis tanto que ele passasse logo.Só que para meu desespero, no momento que o Léo atingiu três meses, que toda aquela zona do início da maternidade estava pronta para entrar nos eixos, o negócio degringolou mais ainda. O Léo, que não dormia após as 5h da manhã, mas que até esse horário era até um bebê calminho, começou a acordar de hora em hora.

Eu não podia crer no que estava acontecendo. Não podia! Simplesmente! Com a chegada dos tão aguardados três meses, algo que deveria ter melhorado, acabo ficando pior ainda. Então, tomada pelo desespero, resolvi buscar alguma explicação para o que estava acontecendo. E, foi nesse momento, que eu ouvi falar pela primeira vez das tais fases de pico de crescimento e salto de desenvolvimento. Algo que, apesar de eu ter lido vários e vários livros durante a gestação, nunca havia chegado ao meu conhecimento.

Pronto, eu havia matado a charada. O sono do Léo estava todo destrambelhado, muito pior que o normal, porque ele estava passando por uma fase de pico de crescimento/salto de desenvolvimento.

Mas o que são essas fases?

Os bebês não crescem equilibradamente, um pouquinho a cada dia. Na verdade, eles sofrem uma espécie de estirão em algumas fases da vida. Da mesma forma, o seu ritmo de desenvolvimento também não é constante e há alguns períodos específicos nos quais nossos pequenos desenvolvem mais fortemente algumas habilidades. Esses períodos, nos quais eles dão uma esticada ou aprendem algo novo, nós chamamos de fase de pico de crescimento e salto de desenvolvimento, respectivamente.

E o que pode acontecer nessas fases?

Os principais “sintomas” dessas fases são sono mais agitado (é bem comum e o Léo teve isso) e alterações no apetite (o bebê pode comer mais ou menos, no caso do Léo, ele sempre comeu mais, muito mais).
Além disso, no período que imediatamente antecede o chamado salto de desenvolvimento, o bebê repentinamente pode se sentir perdido no mundo, pois seus sistemas perceptivo e cognitivo mudaram, houve uma maturidade neurológica, mas não tempo hábil para adaptação às mudanças. Então o mundo lhe parece estranho, e o resultado da ansiedade gerada é geralmente desejar voltar para sua base, ao que já lhe é conhecido, ou seja, a mamãe! Em vista disso, é comum ficarem mais carentes, precisando de mais colo, e com frequência há também alterações em seu apetite e sono. (Fonte: Guia do Bebê)
Já no que diz respeito à fase de pico de crescimento, o mais comum mesmo é o bebê querer mamar/comer mais e mais vezes ao dia ou à noite, por isso também o sono mais agitado, que tanto me enlouqueceu quando o Léo atingiu três meses (período em que os bebês passam tanto por uma fase de pico de crescimento quanto de salto de desenvolvimento).

Por que isso acontece?

Os bebês costumam comer mais justamente porque nesse período estão crescendo e precisam de mais calorias. Já o sono fica agitado porque eles acabaram de aprender uma habilidade nova e querem colocá-la em prática, a todo momento, ou seja, até dormindo (para nooooooossa alergria!).

Em que momento da vida essas fases são mais comuns?

No primeiro ano de vida da criança. A cada poucas semanas lá vem uma dessas fases para nos tirar um pouco do sério. Nem todas são super perceptíveis, ou seja, nem todas elas fazem a casa virar de pernas para o ar, mas algumas fazem realmente alguma diferença na rotina. Aqui em casa, percebi mais claramente a chegada dessas fases quando o Léo fez três, seis e nove meses.

E quanto tempo essas fases podem durar?

Elas podem durar desde dias até semanas. Quando o Léo estava com três meses eu vi uma alteração no comportamento dele (acordava mais e comia mais) durante uma semana. Quando ele estava com seis meses essa alteração durou duas semanas. Já quando ele estava próximo dos nove meses, durou mais tempo (acho que foram umas três semanas bem conturbadinhas), mas aí também tinha a questão da chegada dos dentes e então misturou tudo.

Todos os bebês passam por essas fases?

Sim, todos passam por elas (afinal, todos crescem e se desenvolvem), mas alguns demonstram mais que estão vivendo/passando por um desses momentos delicados. Muitos bebês não tem nenhuma das “reações” descritas acima e os pais nem percebem que eles estão em uma das fases de pico de crescimento ou salto desenvolvimento. Sorte deles! Inveinha branca também. :-)

O que os pais podem fazer quando o bebê está passando por uma dessas fases? Como ajudar o bebê e como sobreviver a esse momento conturbado?

A palavra de ordem para esses períodos mais atrapalhadinhos da vida do bebê é uma só: paciência. Depois que o bebê supera a fase na qual se sente meio perdido no mundo (principalmente nas fases de pico de crescimento eles ficam ansiosos, não sabendo como lidar com a habilidade recém adquirida), ele volta a ser o bebê de sempre só que ainda mais feliz, pois superou o desafio e está pronto para aproveitar um pouquinho mais a vida.

E em quais momentos específicos da vida do bebê essas fases acontecem?

Abaixo eu coloco uma listinha das “idades” nas quais os bebês costumam ter suas fases de pico de crescimento e salto de desenvolvimento. Vocês irão perceber que a toda hora tem uma ou outra, então pode parecer que vamos viver um eterno caos. Mas, na verdade, o que acontece é que algumas dessas fases são mais intensas (bebê se descobre como um ser separado da mãe, bebê aprende a sentar, bebê aprende a engatinhar, bebê aprende andar…) e outras menos (aí os pais nem percebem que estão passando por uma).
Como eu já disse, aqui em casa foi mais confuso aos três, seis e nove meses, mas hoje, fazendo esse post, descobri que a fase de salto de desenvolvimento dos quatro meses e meio é que os pais mais costumam reclamar de mudanças no comportamento dos filhos (mais irritados, difíceis, agitados…).

Bom, vamos às famosas fases…

Fases de salto de desenvolvimento:

  • 5 semanas (1 mês): mudanças significativas na visão
  • 8 semanas (quase 2 meses): diferenças nos sons, cheiros e sabores ficam mais perceptíveis. Bebê percebe que as mãos e os pés pertencem ao corpo e começa a tentar controlar estes membros.
  • 12 semanas (quase 3 meses): bebê enxerga mais longe, começa a se virar quando escuta um som, torna-se mais sensível às novidades.
  • 19 semanas (4 meses e meio): desenvolvimento motor mais aguçado. O bebê pode começar a virar de costas e de barriga, se arrastar. Esse é um dos saltos mais longos: dura cerca de 4 semanas, podendo porém se estender por até 6 semanas. O bebê também fica mais carente costuma ter alteração significativa do sono. É uma das fases que o bebê fica mais irritadiço.
  • 26 semanas (6 meses): maior coordenação dos braços e das pernas. Bebê senta sem apoio. Costuma reclamar quando a mãe sai de perto (sofri aqui. Ah se sofri!).
  • 30 semanas (7 meses): o bebê tenta se jogar adiante para alcançar objetos, bate um objeto em outro. Pode começar a engatinhar, a falar algumas sílabas e entende melhor o conceito de permanência das coisas. Pode fazer sinal de tchau. Sente ansiedade com estranhos.
  • 37 semanas (8 meses e meio): o bebê fica ‘temperamental’, chora com mais frequência. Quer ter mais atividades e protesta se não as tem! Ainda, não quer que troquem sua fralda. Dorme menos, tem menos apetite, movimenta-se menos e “fala” menos. Passa a entender que as coisas podem ser classificadas, por exemplo, sabe o que é comida e o que é animal. Pode começar a engatinhar (nessa fase as coisas também foram agitadas aqui em casa).
  • 46 semanas (quase 11 meses): bebê costuma começar a entender o funcionamento de algumas coisas: chaves em fechaduras, meias nos pés, etc… Pode levantar-se por alguns segundos, movimentar-se mais, entender o “não” e instruções simples.
  • 55 semanas (quase 13 meses): geralmente a fase em que o bebê começa a andar – um salto no desenvolvimento bem significativo.
  • 64 semanas (quase 15 meses): uso de palavras e gestos para expressar o que quer. Começa a comer sozinho e atende a instruções simples (ex: venha aqui, dê um beijo).
  • 75 semanas (17 meses): o bebê usa cerca de 6 palavras regularmente, gosta de jogos de imitação, gosta de esconder brinquedos, alimenta uma boneca, joga bola, dança, separa brinquedos por cor, formato e tamanho. Olha livros sozinho e rabisca bem.

Fases de pico de crescimento:

  • 7-10 dias
  • 2-3 semanas
  • 4-6 semanas
  • 3 meses
  • 4 meses
  • 6 meses
  • 9 meses (mais ou menos).

 

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