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O primeiro dia que o pai leva o filho à escola – Humor

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keep-calm-and-go-to-school-19Semana passada, pedi para o pai do Leo levá-lo pela primeira vez à escola. Ele nunca tinha feito isso por três motivos: primeiro, porque ele trabalha de segunda a quinta em outra cidade, então, mesmo que eu implorasse de joelhos, não teria como; segundo, porque quando ele está aqui, às sextas, está sempre atrasado, correndo, dizendo que naquele dia não dá (bem típico de homem); e, por fim, porque meu marido é daqueles que só não esquece a cabeça porque está presa e eu venho jurando, desde a gravidez, que nunca o deixaria levar o Leo para a escola sob o risco do nosso pequeno ser esquecido dentro do carro (quem conhece o Otávio sabe que não estou exagerando tanto assim. Só um pouquinho.).

Bom, mas na sexta passada eu tinha um compromisso,  daqueles bem importantes e bem cedo, e aí, não me sobrou outra alternativa a não ser contar com a sorte. Pedi para o papai levar o Leo para a escola e agradeci o fato dela ser aqui do lado e eles poderem ir a pé, assim, o risco do esquecimento no carro estava descartado (mas, claro, sempre havia a chance do carrinho ser extraviado no meio do caminho. kkk! Exagerada!).

E aí, quando fui falar com o maridón, para avisar que eu precisaria que ele quebrasse esse galho, a conversa foi mais ou menos a seguinte:

EU: Lindo, amanhã preciso que você leve o Leo para a escola.

PAI DO LEO: Ok.

EU: Como assim “Ok”?

PAI DO LEO: Ué? Ok. Eu levo.

EU: Mas você não vai perguntar nada? Não vai querer saber que horas tem que levar? Como faz para deixá-lo lá?

PAI DO LEO: Ah, sim. Que horas tenho que levá-lo?

EU: Assim que o Leo acordar. Entre 8 e 9h. Tem que chegar até as 9h porque às 9h é servido o lanche, então, se não chegar até essa hora, só depois das 9h45min, para não atrapalhar o lanche das outras crianças.

PAI DO LEO: Ah, ok.

EU: E o resto?

PAI DO LEO: Que resto?

EU: Você não vai me perguntar do resto? De como é que faz para deixá-lo na escola?

PAI DO LEO: Ué, não é só levar e pronto?

EU: Como assim só levar e pronto? Você acha que é só chegar e colocar o Leo na frente do portão? Só falta querer que ele toque sozinho a campainha e espere alguém aparecer para abrir a porta!

PAI DO LEO: Ah, sei lá, nem pensei. Mas como é?

EU: Na verdade é simples, mas prefiro explicar direitinho para você não se confundir, não perder tempo por lá. Assim que você chegar, vai ter um segurança para abrir a porta, aí você deve se identificar como pai do Leo e entrar. Se a porta estiver fechada e ele do lado de dentro, toque a campainha (aquela que você esperava que o Leo tocasse) que ele vem e abre.

PAI DO LEO: Ah, ok.

EU: E o resto?

PAI DO LEO: Que resto?

EU: Você não vai querer saber como faz depois que entrar na escola? Não quer saber onde deve levá-lo?

PAI DO LEO: Ah, sim. Onde devo levá-lo?

EU: Assim que você passar pela porta de entrada, você estará em um corredor coberto. Do lado esquerdo há um mural e do direito uns bancos (eu bem didática, explicando tudo para não ter erro). Você segue nesse corredor, que é bem curtinho, até o final dele. No final dele, há um parquinho e esse parquinho fica na frente de uma sala de aula. O Leo vai ficar ali.

PAI DO LEO: Ah,  então deixo ele no parquinho. Entendi?

EU: Não! Pelo amor de Deus! Que ideia! Você ia deixá-lo lá, no parquinho, e ir embora? Nesse frio? Sozinho? Falei assim só para você se localizar e saber chegar na sala do Leo. Quis dizer que no fim do corredor, à esquerda, tem um parquinho e na frente desse parquinho tem a sala dele. Aí você tem que ir até a sala dele, procurar pela professora, avisar que você é o pai do Léo e aí deixá-lo lá.

PAI DO LEO: Ah tá! Agora entendi.

EU: Lindo! Só mais uma coisa (agora falei só para testar e provocar. kkk!). Você terá que preparar a mochila e a lancheira dele também, ok? Não vai me perguntar nada?

PAI DO LEO: Ah, não! Aí já é demais. Se eu tiver que fazer isso ele vai passar frio e morrer de fome. Não sei nem por onde começar.

 

Moral da história: 

1. Mãe é sempre exagerada e quer explicar tudo que tem que ser feito nos mínimos detalhes.

2. Mas, se não fizermos isso, corre-se o risco da espécie ser extinta.

 

Agora os pê-ésses (P.S no plural)

P.S. 1: Antes que me chamem de louca, chata, histérica e controladora, aviso que esse é um texto exagerado MESMO e cujo propósito é ser irônico.

P.S. 2: Sim, esse diálogo aconteceu, quase igual está aí em cima, mas é claro que na hora eu também exagerei só para ver até onde a coisa ia (e dar umas boas risadas).

P.S. 3: O diálogo não está tal qual ele aconteceu porque eu tive um filho e a minha memória não é mais a mesma.

P.S. 4: Fiquei sabendo, pela professora e por todas as demais funcionárias da escola que encontrei naquele dia, quando fui pegar o Leo, que ele deu o maior show da história e não queria que o pai fosse embora de jeito nenhum. E esse saiu de lá com a cara mais assustada da face da terra e pedindo peloamordedeus para elas darem notícias do estado da criança em breve.

P.S. 5: Morri de dó do Leo, que ficou chorando, mas achei ótimo o maridón ter vivido um pouquinho do lado punk que nós, mães que estão todo dia na porta da escola vivem a toda hora (a vida como ela é, minha gente! simples assim! kkk!).

P.S 6: Meu marido não é um pai ausente e desligado como esse texto exagerado e irônico leva a crer. Ele é participativo, envolvido e daqueles que botam a mão na massa mesmo. Mas é claro que ter alguém por perto, gerenciando e organizando as coisas, sempre ajuda. :-)

P.S último: Tomara que o maridón nunca leia esse texto. Como tantos outros que estão aqui.

 

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